Atalaia, 8 de Junho de 2007.
Relato do registo de transito completo do exoplaneta Wasp-2_b.
O equipamento usado nesta sessão foi o seguinte:
Montagem Losmandy G11 equipada com Gemini
Optica Newtoniano Orion Optics SPX250F4.8.
Camera Sbig ST8XME.
Filtro L
MPCC corrector de coma da Baader.
Dados recolhidos para a sessão:
Inicio do transito : 23h53UT
Duração do transito :132min
Fim do transito : 02h09UT
As previsões meteorologicas davam o fim de semana como totalmente falhado para a astronomia,
mas felizmente previsões são isso mesmo, previsões. O vislumbre de uma aberta de algumas horas
foi o suficiente para tocar a reunir. Foram convocados á pressa alguns companheiros e responderam
á chamada o, Filipe Alves, José Ribeiro e o Alberto Fernando com os quais me reuni na Atalaia .
A noite esteve muito estável. Foi um bom inicio de noite mas que terminou abruptammente ás 2h30UT
com um nevoeiro cerrado. Para todos os efeitos a aberta cumpriu o que prometeu.
O objectivo inicial era fazer a astrometria de alguns cometas, mas, já estava a carregar
o carro com o equipamento quando me apercebi que havia a possibilidade de registar um transito
completo do Wasp-2_b, assim houvesse céu.
Finder da estrela GSC 522:1199 em Delphinus, criado com o KStars.
Grelha WCS da estrela GSC 522:1199 (Wasp-2). Astrometria RA 20 30 54.07 - DEC +06 25 46.10
Colocada a "máquina" em andamento, a mesma foi instruida para fazer uma sequência de 200 imagens
com exposições de 45s através de um filtro L. Até deu para andar a bisbilhotar o que os outros
companheiros estavam a fazer, a minha atenção foi alertada para um som de disparo continuo de
uma DSLR...era o Filipe a fazer imagem no obsession de 15" do Alberto. O resultado foi muito
satisfatório pois conseguiu registar a companheira de Antares, indicio de que estava uma noite
de excepção.
Efectivamente já nos tinhamos vindo a deliciar com a separação visual desta dupla dificil, mas
agora havia uma imagens para comprovar, estavamos todos visivelmente satisfeitos.
Estabilidade da noite durante a observação.
O horizonte estava denso, como o alvo estava baixo não chegando aos 25° é visivel o aumento
do fluxo assim que subiu. Pode-se dizer que foi á tangente, tive que esperar que a estrela subisse
para iniciar as capturas e o inicio do transito dava-se com a estrela ainda abaixo dos 30° .
Altura da estrela durante a observação.
Massa de ar da estrela durante a observação.
Gráfico dos dados extraidos da sequência de imagens. Ingresso visivel no terço final.
Gráfico mostrando dois plot's, o Wasp-2 e uma estrela de referencia.
Gráfico mostrando os dois plot's e a média de 4 imagens inserido no plot do Wasp-2.
Passados poucos minutos após o final do transito eis que cai um nevoeiro, rapido e denso, fazendo
terminar a sessão com 141 imagens das 200 previstas. No entanto foi á justa, depois de analisadas
as imagens viu-se que o transito estava completo e com a tipica depressão bem assinalada.
Foi mais uma sessão conseguida, se tivesse ficado em casa com medo das nuvens era certo que não
tinha conseguido mais este transito do WASP-2 para a minha lapela.
Havia mais uma surpresa, quando estava a desmontar o setup reparei numa teia que uma aranha
habilmente tinha tecido numa curva de um cabo que liga a roda de filtros á SBIG. Incrivel o
trabalho perfeito que ela executou nesta curta sessão de apenas duas horas e meia.
Como usei um newtoniano creio que esta era a aranha anti-difração.
Joao Gregorio
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