Encontrado o local com um horizonte nascente perfeito foi tempo de montar, alinhar e verificar todo o equipamento de forma a garantir que tudo funcionasse na perfeição, para evitar surpresas, o que seria desastroso.
O grupo optou pela Serra de Nogueira,Santuário Nossa Senhora da Serra local situado a sul da cidade de Bragança que ficava em plena linha da centralidade.

Quando ainda de madrugada os primeiros elementos chegaram ao local foram recebidos pelo vento e frio que os obrigou a descer dos 1320m para os 1090m de altitude, para um local mais abrigado na encosta da Serra de Nogueira virada a nascente.
Com o tempo a passar rapidamente e a ânsia de ver o eclipse, assistimos com o nascer do Sol ao aparecimento dos primeiros raios solares. Numa manhã magnífica onde a calma, as cores ténues e o murmúrio do vento, como de um arauto se tratasse a anunciar o fenómeno que estava prestes a acontecer.

O Sol não tinha qualquer mancha, mas pelo contrário as protuberâncias reinavam em torno do seu limbo, permitindo visualizar imagens magníficas em h-alfa.

Como anúncio do primeiro contacto uma das muitas protuberâncias foi literalmente "engolida" pela Lua e, num avanço gradual, esta foi-se sobrepondo ao disco solar até atingir a anularidade com se de um desenho geométrico perfeito se tratasse: duas circunferências concêntricas, deixando visível uma coroa circular de fogo. Magnífico, espectacular e inesquecível pois descrever é impossível.

Foi um privilegiado não só por ter assistido a um fenómeno tão raro, como pela companhia da família e dos amigos que comigo se deslocaram à região de Bragança nesse fim-de-semana.
Um obrigado a todos.

O grupo era composto por:
José Rola e Cristina Pardal, João Gregório, Raúl e Teresa Cosme, Henrique, Elsa e Alexandra Ferreira e Teresa Marques.